Mais do que palavras
Mais
Mais do que a mim mesmo
Meu
Todo esse seja
Se já foi
Foi
Cê já foi,
Não?
Seja forte
Perdão
Para abrir portais
Sentidos pra onde for voar
Mais do que palavras
Mais
Mais do que a mim mesmo
Meu
Todo esse seja
Se já foi
Foi
Cê já foi,
Não?
Seja forte
Perdão
Para abrir portais
Sentidos pra onde for voar
Sôfrega
A ansiedade toma
Tem instância
Tem profundo
Estranha
Ela não muda,
Arranha
Não
Parece que ficou pra trás
Uma vida, um brilho, um quero mais
Parece que ruiu
De dentro pra fora
Aos poucos
Aquele fracasso anunciado se deu
Os batimentos estão sós
Os tendões repuxam lentos
É o peso largado que faz ralentar o movimento
Meu dono, meu deus
Um autor que ainda vive
Mas que já não conta
Com a vida do seu títere
Eu-títere
Produzindo ostracismos
Decadence
Avec
Decadence
Sans
Élégance
Te vi manse se esgueirar sob o carro
Flagrei-te intruse em teu passeio enluarado
Rasguei com a boca um som pra te atentar
Parou imóvel me olhando sem cessão
Não mexe rabo nem nada, não pisca
Fixo ou fixa
Vai dar teu passeio, feline
Chamei tua atenção só pra te atentar
Move uma orelha
Mexe cabeça
Outra coisa está mais a te chamar
Retorna pra mim
E ao meu menor desfoque
Vai pra onde já queria ir
Sou eu
Como sempre
Atraindo gatos
Pra baixo de carro
pega desprevinido
um soquinho no fundo
uma fisgadinha na mente
pega de jeito
pega um bocado
vem do nada
um respiro estranho
um soprinho maldoso
um ventinho malvado
porque machuca
bate frio nesse calor desértico
molha meu corpo inteiro
nesse seco tempo que faz aqui
mas molha quente
molha chá
molha incômodo
por ainda incomodar
um respiro errado
um passeio pela imagem
que não pôde ser
e da que é
mas que eu não sei
"tentar evitar postagem"
escrevo pra mim mesmo
porém, paciência
farei enquanto preciso for
às vezes eu esqueço esquecer é aquecer a memória descansa e alcança [...] contra o que é racional aquecer esquecer para aquiescer