quinta-feira, 27 de junho de 2019

Cidade alta

Subi por Santa Teresa
Cheguei no alto, mirei o relógio
Mirei o relógio da Central
Contei as horas
Contei os dias
Santa total
Uma droga pesada
E um sino
Tocado rápido
Sintético
Pensei que te dei
Santa, Copa, Glória
Lapa
Centro
História
E um pouco de filosofia
De arte, de energia
Fôlego
Tempo
Conforto
Coragem
E um pouco mais de si
Coloquei e tirei amor
Na proporção que não vem ao caso assumir
Poesia é a melhor mentira a se construir
Mentiras íntimas
Daquelas escondidas de quem
Ao lado deita, dorme e se entrega
Miragem
O relógio
A Central do Brasil
O mundo acontecendo
Fora do quintal de onde saiu
Rebate
Como bala
Como doce
E as horas que não obedecem
Ficam passando
Passando
Tortura
Apagão
Camas cariocas
Incontáveis


torço

mãos nos cachos dos cabelos
os seus
pelos
claros
vezes tintos
barba rala ou cheia
peito bem servido
boca
de beijos
molhados
encaixados
beijos fundos
cócegas de línguas
um abraço apertado
sonhado
o beijo em pé
o espanto até
acordar e achar fofo
aos poucos
e muito lentamente
a memória vai só pregando peças
vai dizendo o contrário
do status dado
do que é
realidade
torço



terça-feira, 25 de junho de 2019

Treva inn

atormentado
de doer
de ver
de ser
dever
descer
dedo erguer
música
luta
lado errado
na hora certa
nada acerta
meu juízo
altas cifras
baixas riquezas
sementes de incertezas
realmente
realmente
corrompe
abandona
rejeita
e vai

de nascer

quem quiser  quem for ver vai dizer que o tempo passou voando não vai mentir vai sentir um vento na cara, natureza talvez sorrir parece que ...