segunda-feira, 16 de abril de 2012

Antônia


Somente quando eu vi brilhar os olhos de Antônia, pude perceber como a minha presença era desejada. Falar de boca cheia era permitido e sentir o tempo me pertencer era o que de melhor podia estar acontecendo naquele momento. Não se apaziguava apenas a alma, mas sim todo o conceito de existência, alí, naquele lugar.
Antônia, tão velhinha, tão sábia, tão presente em suas comidas e sorrisos grátis. Uma felicidade vivenciada, caprichosa, dentro de uma vida que bem vivida só podia ser alí.
Tive a honesta sensação de estar diante de alguém que vivia dentro da sua própria vida, nada mais.



sábado, 14 de abril de 2012

A Separação

A separação queima
Arde, dói
Ela fatiga, estremece
Afronta, mói
Como aquilo que é querido e parte
Como o tecido preferido rasga
Como o balão de gás
Que da criança a mão
Escapa
A separação
Rompe
Cindi
Fale
Separação
Que assombre
E a mim abale
Não me toma por covarde
Que a coragem me convém
Se separa
O corpo
A vista
A boca
Mas não a alma o que contém
Separação
Que a mim tomou
Tão presente faz-se abissal
Não cita amor
Não cita coração
Tão presente
Separação


de nascer

quem quiser  quem for ver vai dizer que o tempo passou voando não vai mentir vai sentir um vento na cara, natureza talvez sorrir parece que ...