Somente quando eu vi brilhar os olhos de Antônia, pude
perceber como a minha presença era desejada. Falar de boca cheia era permitido
e sentir o tempo me pertencer era o que de melhor podia estar acontecendo
naquele momento. Não se apaziguava apenas a alma, mas sim todo o conceito de
existência, alí, naquele lugar.
Antônia, tão velhinha, tão sábia, tão presente em suas comidas e sorrisos
grátis. Uma felicidade vivenciada, caprichosa, dentro de uma vida que bem
vivida só podia ser alí.
Tive a honesta sensação de estar diante de alguém que vivia dentro da sua
própria vida, nada mais.
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