quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Ultimato

Tô te jogando mau olhado
A cada lama que eu me limpo
Bagunça que cê fez

Tô que estanco o sangue
Um tanque de sangue
Pescoço que teu dente fincou

Uns pelos nadando na língua
Pausa pra cuspir
Nunca engolir

Vai nessa baby
Se é pra ser
Que seja então

Calculistinha
Manipuladorazinha
E tá bom

Se é chega
É chega
Perde quem prefere rasgar




domingo, 2 de dezembro de 2018

Pode retirar o cartão

Que surpresa boa você é
Que nova coisa isso tem
Não era o desvio
Entrave
Ponto cego
Até sorrir pra alguém
Não sei se ainda existe
Não sei se te inventei
O passo bem dado
Escorrega
Parte, prova, nega
Faz de tudo que
Nem sei
Falantes falastrões
Famosos quens
Palavra se solta teimosa
E me acelera os tambéns
Pingando de sono
Roubando
O sonho alheio
Nele a caixa apita o código na leitora
Passa de tudo e recarrega celular
Algo mais em que eu possa te ajudar?
Mata ele pra mim.

sábado, 24 de novembro de 2018

Rasgar, jogar no lixo

Não mexo no seu
Não mexo com isso
É isso que mexe comigo
Exige de mim
Menor esforço
Pra me descontrolar
Não mexo lá não
Evito mais morte
Refuto
Pelejo
Um dia a mais na conta
Uma hora a mais de fim
Passei da poesia otimista
Para um autorretrato fatal
Quanto mais aguça minha angústia
Mais soluço, me esmiúço
Soletro teu nome
Te peço em casamento
Começo no passado
E termino aí por dentro
Já sou um fantasma
Eu mesmo me assombrei
Ao passo que
Não sei que passo dar
Não reaprendi
Fantasma!
Me reconhecem



quinta-feira, 22 de novembro de 2018

De dentro do avesso

Alcoólico
Padeço
A mim
Não pareço
Acho que mudei
Atualizei
Versão
De não conheço
"Coisas sagradas permanecem"
Permaneço
Fragmentado
Avesso
Remédios
Médios fins
Bebidas
E vindas
Perenes
Não tem mundo em volta
Tem supor
Estratégias de sobrevivência
Era uma vez uma vida
Que eu desenhei
O traço todo meu
Delineado
Mais um dos personagens que criei
Criou
Vida
Nao se sabe quem é (foi) marionete de quem

domingo, 11 de novembro de 2018

Por vezes boas visões, por vezes nem tão boas assim

Então prisões
O que fomos
O que seremos
Então visões
Do que somos
E o que não vemos
Sabendo o melhor que podíamos
Ter sido, mas nos escondemos
Agora tramou
Está tecido
A história
Boa história
Não vivo
Generosos
Ou
Enraivecidos
Rancorosos
Ou
De orgulhos feridos
É memória
Imaginação
Aquilo de deixar o amor da vida passar
Aquilo de perguntar se amar iria outra vez
Aquilo de cuidado ou cuidar
Universos finitos?
Talvez
Suavizando
Sua visão
A única coisa que expulsei
Foi a mim mesmo
De mim mesmo
O eu que sonhava
Do seu lado


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

escapadiçø

era um cachorro forte
filhote, mas forte
fofinho, mas forte
com as patas
pressão
olhava-me fixamente nos olhos
e eu a tirar
a puxar com força
com as mãos
era mortal
era potente
jogava sua amabilidade
enquanto apertava-me a cabeça
minha gente
era animal
de onde surgiu?
sequestra meu pensamento
apavora
é seu feitio
um cachorro
sedento
sangrento
violento
me manipula o vadio
escapadiçø
estorvo
se afogando
com sede
bebeu dos meus melhores anos
fartou-se
fugiu
solta minha cabeça
desgraçado

sábado, 22 de setembro de 2018

Happy Together

Quero teu esforço
Teu suor
Teu segredo
O que ainda não falou
Quero
Como quero
Sem teu medo
Teu vexame
Que me ame
Como nunca amou
Quero que me ligue numa quinta
Quero que sinta
Que é hora de chegar
Peço que esse estardalhaço
Não mitigue
Não encrudesça
Porque vida toda
É muito tempo
Pra esquecer isso aí
Vida pela frente
Luta pela gente
Essas verdades não bastam
Esses encontros
Devaneios
Essas certezas
Que mundo é esse,
Que não pode ser merecido assim?
Me and you
And you and me
Happy together

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Você sabe que é pra você

Será que vem aqui?
Não sei, não vou saber
Será que o que eu sou
É não ser?
Será que vai se arrepender?
Cada pedacinho de mim
Tudo colado depois que caiu
Junto essas partes, tento sorrir
Mas toda memória que surge
Vem cheia dos anos
E tudo que hoje eu sei da vida
Tem em tudo o que vimos
Tristeza que vai
Tristeza que vem
E ser ninguém
Continua igual que a canção

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Nome escondido, nome ao contrário

Bradei tantas coisas pra não dizer teu nome
Rompi com a fé, neguei meus oráculos, falhei
Universos finitos: minha mais nova piada
Novidades, quero
Olhei pra dentro da sua janela
Jorrei
Olhei pelo buraco da tua fechadura
Asfixiei
Olhei no olho do teu cu
Foi como ver teu cinismo
Logo, não me venha
Ora, orei
Rompi até mesmo em minha métrica
Iniciei novo jeito de expressar
Antes fosse eu um poeta avesso
Nome escondido, nome ao contrário
OKENAK ARIERREF OREMOH


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Vai pra ironia

Enquanto ouvia a canção sobre ironia
Vem você e me chama no Whatsapp
Eu reluto o coração
Quero menos batimento
Se não vê, não fala
Logo não sente
Que ironia isso ser sobre a gente
Quando de Mero me chama
Espero 
Mas é de ironia que esse apelido
Con........siste
Tua boca declama meu nome
Derrama pra fora em teu vocal
Nem mais é, nem mais ó
Assim chamava-me vovó
Nem mais m, nem mais r
Ouvir-me pra além da vox dulcis dela
É como pegar ranço da palavra ranço.
Apiedava-se um antigo amante
Que acreditava que o carinho
Estava em como me tratava bem
De sua boca mero era merda
Mas da sua pode ser o que lhe convém
Vai pra ironia
Coração
Vai pra ironia
Que a nossa vida é de nuncas
Que a nossa casa caiu
Que a nossa cama viu outros
Que o nosso caso faliu
Vai pra ironia
Não tem mais quintal
Acabou teu jardim
Você livre pra voar
E eu, trampolim
Pra ironia
Sem que a tua fala doce [.................] 

sábado, 18 de agosto de 2018

No more

Não vim tem algum tempo
Não é mais pra você
Tem coisas que habitam
E desabitam o meu querer
Tentar tua distração
Voltar pro teu futuro
Quando a forca aperta
A tua goela
Eu sob o cadafalso
Teu porto seguro
Não vim
Mas já voltei
Reli meu interior
Se soubesses dar
O quanto cobra
Notaria o meu amor
Supus tem algum tempo
Dizer não importa mais
Persegue teu destino "inteiro"
Que eu agora bem mais que meio
Já não quero mais





domingo, 5 de agosto de 2018

O corpo-não

Dois
dias
sem
angústia

Dois
falos
pra
chupar

Se me dissessem ser tão bom
duvidaria

Fortes
finais

Frágil
emoção

Não fosse a mente poluída
era de vez que o pau caía no chão

Fortes
florais

Frágil
ação

Entrega-se ao sexo inteiro
Ainda que ao corpo-não






segunda-feira, 30 de julho de 2018

Encabeça

Cuide da cabeça
Eu vou cuidar também
Eu vou curar você
Vou rezar forte
Cure sua cabeça bem
Não caia na armadilha
Conheço teus meandros
Ficção é invenção
Já a vida é uma só
Eu sei que tudo bem
Olhar lá longe foi
Mas tudo o que está
É grito pra dizer
Cuide da cabeça
Não deixe que te bote a mão (nela)
Do jeito que botaram em mim
Do jeito que cê não gostou
Parta pra essa força além
Não creia que se reinventou
Já estava burilando aí
Partir, ficar, também é resistir
Que pena bem
O mudar dessa tanteza
Respire, pare, olhe, veja
Se encabeça

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Sete e vinte e sete Ante Meridiem

Vou purgar no palco
Este malogro
Talvez

Esse sei lá
Que a tua coisa
Me dá

É que é
Desânimo
Estupidez

Não presta
Não vale
Sim

Porque escolheu sentenciar-se de morte em você

Mas rouba teu sono
Inverte os ponteiros
Transita

..................... rastro

sexta-feira, 20 de julho de 2018

O que foi que aconteceu?

Cair da tarde
A ficha
A impressão
Se apartar é ir
Concluo estar
Caminho
Versos oriente
Falas somem vãs
Tomo apagado
O teu chá de amanhã
Gosto de tempero
Foi o meu no teu
Transito pelo lado
O que foi que aconteceu?
Amparo o meu silêncio
Na mesma mão
Que ainda encabulado
Te senti
Um dia
E a história é uma falácia
Que já podemos inventar
Já memória
Há memória

Tanto termo
Tanto eu
Ir se apagando?




segunda-feira, 16 de julho de 2018

Escorpiou

Tá dito não
Escorpião
De verde
Varrido
Chutado
De fora
Amá-la
Como quem envenena
Retina
Como quem lhe pica na...
Surdina
Como o bonde, o bus, a lotação
Daquele corpo só
Daquele vão
De caber tanto tempo pra passar
Quem sabe ela não fosse dispensar
Amar
Amar
Que boca envenena
Ou envenenará
O sentido
Sentinela
Dolorido
De fenda temporal
Lugar disfuncional
De e para o olhar
Olhar
A moça, peçonha
A bota, um vagão
Entrava-te adentro
Jogou-a no chão
Mas não
Sono
Tempo
...
E não passou
Teriam sido apenas frivolidades
Como quando alguém emprega essa palavra tão frívola






sábado, 14 de julho de 2018

Você não deu valor. Será mesmo?

Vale
Pensar um pouco mais
No teu valor
Em quem te deu
Quem mereceu
Se foi você 
Ou se fui eu
Não tem lado
Que sustente
Um mantra mal
Repita cem vezes
Repita pra acreditar
Repita-se
Repete
Torna a repetir
Repete assim que é bom
Repete pra escapar
Repita muito
Repita-se inteiro
De uma repetência peculiar
Quem sabe tudo suma
O todo feito
O que houve de bom
Repita
Vale a pena acreditar
Na sua versão
A que você cria
Vende
E vê 
Quem compra?
Quem não te conheça

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Trégua

Que quando o desalento
É desespero
Que a ansiedade
Vira choro
Que a saudade mata
É como
Morte
Mas não
Você não morre
Você me invade
Tua luta não devia ser contra mim
Ninguém é tão errado assim
Tem sempre um pouquinho de nós
Em tudo que erra, em tudo que
Humana
Mente
É
Sabe bem
Eu sou quem mais te quer
Bem
Tem em mim
Um incansável, um guardião
Se a tua solidão me acusou
A minha me ensina a ver
Quantos cegos cabem entre nós dois?
Quanto inquérito!
Caça o bruxo, que sou eu
Culpado de tudo
Mereço fogueira
Mas não queimo, sou frio
Sofreu
Mas se um grande amor não resiste
Não existe?
Amor é uma atitude
Desistir
É não ser




domingo, 24 de junho de 2018

Eu prometi não escrever

Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Eu prometi não escrever
Nenhuma linha pra você

Aquilo que a gente tem quando não tá com sono

É de madrugada
Não
Eu não dormi
Cogito comer
Ou estragar
Tudo que ainda tenho dentro
Errônea
Ideia, sensação
Palavra pra uma rima
Aquilo que a gente tem quando não tá com sono
Essa página que ora vira
Ora revira tudo de novo em mim
Esse lado da cama
Essa dança-promessa
Essa pressa que vá ou rache
Mais?
A mão que não afaga mais
O vapor que não esquenta mais
O desejo de desaparecer
Como uma ausência
Como a sua
Como?
Comer?
Aquilo que a gente tem quando não tá com sono
E a leveza vai ficando pra depois
A tristeza vai querendo ficar
Vai querendo
E vai
Ela vai

segunda-feira, 28 de maio de 2018

INTRAjeto

O coração fica em paz
Fica sim
Mas, do contrário
Também é bom
Não é ruim
Abrir um  mar morto
Por dentro
Abrir
Não fechar
Ser grande
Voar
Ser do tamanho da verdade
Ser tamanho
Não ser metade
Traduzir a alma em poema
Transmitir
Se há algum mistério
Do qual ainda não sabemos
Oremos
Medito
Só pode ser que esteja
Um ato que apenas se veja
O que por dentro mutou
Há que se atravessar
Nem que seja o mar
Nem que em si seja

de nascer

quem quiser  quem for ver vai dizer que o tempo passou voando não vai mentir vai sentir um vento na cara, natureza talvez sorrir parece que ...