quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Poema cotidiano

E se a gente juntasse as flores que caíram,
Puséssemos de volta no lugar,
Adubássemos a raiz,
E fizéssemos vigília pra tudo novamente germinar?

Eu falei bem sério com meu coração
Ele disse: tudo bem
Ele disse: manda a ver
Manda a ver que eu bato
Sou coração
Não sou qualquer um
Sou aquilo que já viveu
Desde sempre dentro de você
Te conheço e me refaço
A cada dia que eu te faço sofrer

A razão interfere
O cérebro é signo de terra
Tá lá em cima na cabeça
Mas bota mesmo é o pé no chão

O tempo é relativo, tá lá fora
Esse muito ainda é pouco pra quem espera como eu
Mas o suficiente pra você se dar conta de que eu to aqui
Tempo escapa, ninguém pega

Tornamos tudo isso sério demais
Sonhei pra vida inteira
Mas acabou antes do fim

Vai saber
Se amanhã eu viro a esquina e dou de cara com você
A gente não aguenta, se beija
E a vida fica assim mesmo
Tão cotidiana como esse poema



Nenhum comentário:

Roubo de tempo

afundar não dar pé a gente corre mas alaga respira esse O2 não é sobre algamento mas poderia ser o tempo alaga também o que a água leva o qu...