quinta-feira, 1 de maio de 2014

Caminho pra onde?

Preciso
Do que é preciso pra entender
Não respirar teu ar
Tem vida
Alguma forma de sobreviver
Destituindo
Essa extração
Destino
O meu
À você
E tua vida fica incerta
Na minha vida
E minha voz
Fica presa
Na tua garganta
Ferida
Não tem mais nada
Que a cura cure
Tem teu olhar formando meu solo
Teu espaço
Meu momento
Minha reserva
Teus segredos
E medos
Esses sem dono
Do mundo

Reservei este espaço para escrever uma prosa. Repenso. Palavras nunca antes me disseram tão pouco sobre mim mesmo. Palavras antes, meu escudo, agora, meu veneno, cujo antídoto não pronuncio mais. Fui treinado pra pegar o pouco que eu tenho e transformar em muito, mas do zero não me agrada mais. Interessado em escapar a salvo eu tento recorrer a imaginação, treinar meus dons, mas seguro em algo que não me permite agir. Aquela escapatória clássica não é apresentada, nenhum aviso de a saída é por ali se coloca em frente o caos, não há portas com barras de segurança aqui. Algumas alavancas servem apenas para fazer o pensamento chegar ao mesmo lugar de onde ele nunca sai, um pensamento sôfrego por um olhar, como fome, como se fosse devorar o momento. De repente, não mais que um piscar desse olhar, está tudo apresentado e por um minuto você pode pensar que tudo começa a ficar sem sentido, mas não se trata de direção, no entanto, talvez seja sua a razão. Temo. Posso ter frio nos braços. O frio no colo. Tua música explodindo um déjà vu cínico de esperança nos ouvidos. Teu sorriso produzindo um delírio. E teu toque. O teu toque. O teu toque indefensável, tuas células nas minhas, teu calor e tua presença, me envolvem como uma avalanche e quando saem de mim, provocam aquilo que ainda não sabemos o que é. Pra onde mesmo que caminha aquilo que a gente não sabe o que é?



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