domingo, 1 de dezembro de 2019

desculpe o transtorno

preparo aquilo o que é preciso preparar
eu saio sem ver
eu lido com isso
eu luto
eu choro
eu sei entender
eu removo o meu bom senso
eu comovo pela minha solidão
eu vejo
eu sinto
eu não sei bem o que fazer
o total dessa soma
é o resultado do que você me tirou
menos o que eu ainda não me tornei
tem equação de todo tipo
pra explicar cientificamente essa ilusão
sou tudo
o todo
assim mudo
assunto pra um bom desespero
meu espelho
meu transtorno dismórfico
minhas músicas antigas
perguntei pro universo se eu só sabia falar de amor
não obtive resposta além de um número 42
joguei no Google
deu qualquer coisa entre Jagged Little Pill
e So-Called Chaos
meus álbuns preferidos da Alanis
compreendo o universo tentando me prender
depois vejo a sacanagem e já mando se fuder
e as mesmas mágoas voltam enquanto espalho shampoo no cabelo
ou quando hiperventilo na esteira
até mesmo ao fazer um simples molho fresco
sou sincero comigo
me engano com a maior consciência
o faço porque preciso
necessito fingir
acreditar
permanecer a mentir
como quem não faz a menor ideia
ou como quem tem a maior das seguranças
uma racionalidade mais burra que qualquer teimosia
estúpido
cego às intuições
fálico
nu
textocêntrico
ninguém
consertando tudo que já estraguei correndo atrás do tempo que insisto em achar que perdi

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