domingo, 16 de maio de 2010

Ana Maria, a Nica, minha avó

Eu esperei onze dias
Para escrever essa ausência
Ela nãos está clara
Ela já não está mais aqui
Eu não te perdi
Eu não entendi
E não quero entender
Eu quero viver você
Sentir, ouvir
Fingir que viajou
Eu quero saber que estou
Com sua risada na lembrança
A mesma que de quando criança
Riamos
Dos dias de chuva de bolinho
Das horas juntos
E dos cuidados com o Alipinho
Da sua dedicação
Sabedoria
Da sua covardia com a morte
Fazendo-a esperar por tanto tempo
Vencendo sempre, até não querer mais
E o que nos separou por fim
Foram apenas algumas horas
Num minuto você aqui
No outro você aí
E o que se faz de mim
É sentir
Reviver
O seu legado de histórias
Memórias de uma vida inteira
De uma longa vida, nem sempre fácil
Nem sempre como deveria ter sido
Como as respostas que você me deixou
Não porque eu quis
Mas porque, só eu entendi
Quando chorei sozinho
Um choro único depois que se foi
Foi por desalento
De poder ser fraco
Depois de tanto tempo
Sendo forte
Não é justo morrer!
Porque depois a gente fica sem saber
O que fazer com o amor
É justo você
Ter sido o que foi
A minha vida agradece a sua vida
E sou eu mesmo que tenho que agradecer
Eu te amo pra sempre Vó!

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