segunda-feira, 9 de março de 2009

De Quando Se Confessa Sem Doer - Ocupação Poética em Vários Atos







De 16 a 21 de Março no saguão do Centro Cultural (Biblioteca Municipal - S. J. do Rio Preto)












O projeto consiste na exposição de poemas escritos por mim Homero Ferreira de uma forma contextual. O universo do poema não fica só aprisionado a escrita, mas se apropria de outras dimensões na tentativa de comunicar por diversas vias, desvendando as especificidades de cada poema, transpondo suas motivações de palavra para imagem.
No contexto geral, o todo da obra converge para o que chamo de uma confissão. Confesso porque nunca antes o acesso a essa obra foi permitido, portanto a idéia é que esses poemas sejam fragmentos dessa obra, pequenos confessionários que purgam uma existência. De volta ao fragmento/poema tento trazê-lo para um universo estético que contemple a idéia de uma obra. A analogia direta é que eu poeta sou a obra/casa e esses fragmentos a mobília que habita sob meu teto, talvez não sejam as bases estruturais e por isso escolho poemas que outrora não me eram tão importantes ou não viviam em mim significativamente (nunca deixando de significar), porém como a matéria não jaz na essência e nem por isso deixa de ser fundamental a vida me permito mostrar em imagem não o telhado ou o chão, mas sim meu espelho, meu relógio, minha estante, meu colchão. Objetos que me cativam pela posse, que compõem meu habitat.
A idéia é trabalhar com o que não está acabado, sem forma, com o que está cru. Tijolo empilhado que são células, princípio de qualquer formação e um fio que conduz oxigênio, energia, água, aquilo que é necessário para vida funcionar.
Esse trabalho é também fruto de uma extensa pesquisa acerca de todo existencialismo contido em meus poemas, um mergulho profundo em busca do afloramento de idéias visando o nascimento de um espetáculo teatral. Todo esse movimento de estudo é proveniente de minha parceria com o ator e diretor Linaldo Telles que seguramente contribuiu muito para que este conceito fosse esboçado e mais tarde amadurecido pela crítica e provocação de Jorge Vermelho.
De Quando Se Confessa Sem Doer é uma ocupação poética em vários atos, pela sua capacidade de se reciclar, se funde em artes, as plásticas, a literária. É vazão para as palavras que se tornam palpáveis, visíveis além da letra, notáveis além dos sentidos. É o corpo de tudo aquilo, ou de quase tudo aquilo que escrevi. É uma maneira de ler o íntimo. É o convite que faço a uma leitura de nós, uma vez que a existência é peça chave e está contida em cada um. Convite esse estendido a todos.






Um comentário:

de nascer

quem quiser  quem for ver vai dizer que o tempo passou voando não vai mentir vai sentir um vento na cara, natureza talvez sorrir parece que ...