quarta-feira, 19 de novembro de 2025

parte 2

os tamanhos dos gestos nenhuns
são tamanhos
assim como os silêncios
assim como 
em si
lê em cios
ardendo 
em ninguém

são tacanhos as caladas também
as das noites, as dos anos
as dos ganhos
os que não vêm

não tem dinâmica
a contagem é corrosiva
a corrida é fé e feição

tanto apura o gesto 
quanto abate 

domingo, 28 de setembro de 2025

assim é

expiração
forte
impactante
que faz meu ar todo sair
que faz eu todo sair do ar
a próxima puxada
lufada
talagada
de O2
vem com os novos
ares
ventos
que entram 
causando tempestades 
de renovação celulares
how you feel?
estás bien?
o momento de tudo fazer sentido é efêmero
o grosso do tempo
é mais luta mesmo

sábado, 30 de agosto de 2025

debacle

vi
um todo
um pouco de mim
a força dos sonhos
a fantasia jamais desfeita
quero cumprir sinas
se assim se der
um filme bom
personagem 
contraditório
camadas
plots
que alimente ao menos a arte
os pedaços
essa parte
do meu debacle

quarta-feira, 30 de julho de 2025

florada

tive que ir ali
não ver
não vir
fali

por que o mesmo que desejo
é o tanto que desvejo?

platônico
antagônico

antítese 
de fato e fim

paradoxo
que é não e é sim

flor
inculta
e bela

floresce
e se desvela

murcha
ciclo-sequela 

nunca desaparece

quinta-feira, 29 de maio de 2025

crie o seu lar

crie o seu lar

crie como me falou

coloque de si

coloque amor

ponha o teu jeito
teu travesseiro
teu colchão
ponha-te inteiro, 
grão

ponha primeiro o pé direito, 
chão
teu coração
teu meio
vão

olha pra dentro
vê se já tem
um corpo inteiro
vê se está bem

faça o café do jeito que quiser
brinque sozinho, dance
seja cada partícula de você

e se por um acaso algo couber
te faço um tapete,
um enfeite,
um ramalhete,

porque a beleza de dentro importa

segunda-feira, 26 de maio de 2025

trânsito

se olhar bem
se olhar bem
ela vem
vem

ela quem?

a tensão

vítima de mim
álibi de alguém
sonho desmedido
força de enfrentar

todas essas coisas somem quando 
todas essas coisas ganham a escuridão
formam mil maneiras, formam tantos
montes, vales, topos
formam nãos

querer estar onde não está
querer querer não sentir isso
querer que tudo tenha lugar
querer ser onde não é

vai pra si, 
vai

aprende
pra si

repete
pra si

pra si
é o mundo



sexta-feira, 16 de maio de 2025

Espera

suspenso
no fôlego amargo
do tempo
um turbilhão
de estrago
aqui se deu

o chão ficou movediço
o que era já não era mais
depois voltou a ser
depois voltou a não ser mais

as entranhas falaram
e quando silenciaram
isso também era gritar

que momento

talvez fosse outro tempo
eu pudesse me dar mais
agora não deu

já que a prioridade também é limite
tinha muita coisa em riste
tesa e represada pra resolver

o que era instável se alicerçou
o que era forte ganhou moleza

isso não me dá o direito de dizer
espera!

mas também não me exime de pensar
espera!

mas também não me força a dizer
espera!

ou me obriga a condescender 

Espera

É isso que faz quem quer


parte 2

os tamanhos dos gestos nenhuns são tamanhos assim como os silêncios assim como  em si lê em cios ardendo  em ninguém são tacanhos as caladas...